O edifício tem na sua génese o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Cerâmicas e Similares do Distrito do Porto, como comprova o letreiro cerâmico afixado à sua fachada, junto à porta principal, e ainda painéis de azulejos, com os dizeres “CASA DA CERÂMICA” significa CASA CERÂMICA. O prédio estava em bom estado de conservação, em um terreno estreito e bastante profundo, nivelado com a Rua Cândido dos Reis.
Composta por 5 pisos com uma implantação de 117m2 e um jardim de 200m2.
A intenção enquadra-se num princípio mais próximo da restauração e não tanto da reabilitação, recuperando ao máximo os elementos originais mais característicos, ao nível da carpintaria e também das suas estruturas principais. As características do edifício existente foram totalmente preservadas, foi concebido um novo programa, maximizando a restauração de toda a sua carpintaria esmaltada, portadas, rodapés e molduras, restauro dos tectos rebocados, da escada com a sua clarabóia, da entrada em mosaico e da porta de entrada principal.
No exterior, todos os elementos originais foram recuperados, como a carpintaria esmaltada, restauro e substituição das guardas originais, os granitos foram limpos e os rebocos pintados com tintas de silicato respiráveis. Os telhados foram substituídos por mantas e isolamentos ventilados e respiráveis.
A introdução de um elevador no edifício, que possibilitou o acesso aos apartamentos mais cómodos e com novas preocupações de acessibilidade na forma de habitar, respondendo à procura e exigências do mercado imobiliário, sendo uma mais valia nos centros históricos.
No final do jardim, foi criado um novo volume para as áreas sociais, comunicando com o jardim principal, constituído por um alpendre e arrumos, pertencentes a cada uma das 4 frações. A composição do novo volume busca uma confluência com os limites do lote, respeitando as áreas vizinhas e suas alturas, criando uma nova matriz mais horizontal e menos vertical em contraste com o desenho típico da casa original. O lote arremata com uma fachada alpendre e galerias laterais, estrutura de cobertura em vigas de madeira revestidas a telha, com o intuito de uma área a ser aproveitada esporadicamente nas estações quentes.
O programa inclui 4 apartamentos de tipologias diferentes: 2 T1 – nos pisos 0 e 1; 1 T2 no 2º andar e 1 T3 duplex no 3º e 4º andares, criando maiores e melhores condições de vida no centro histórico, importante para a cidade, proporcionando soluções como boas arrumações, lavandarias, cozinhas viradas a poente, viradas para um mercado residencial que se consolida como local de residência na Rua Cândido dos Reis.